sexta-feira, 8 de abril de 2011

Chamar Wellington de louco é preconceito!



Rotular Wellington como doente mental é estigmatizar 46 milhões de brasileiros, afirma Antônio Geraldo da Silva, presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria.

"Esse é o número de pessoas que precisam de atendimento psiquiátrico no país. A grande maioria delas não é perigosa. Chamar Wellington de louco é preconceito."
O mais provável, diz o médico psiquiatra, é que o rapaz de 24 anos tivesse um "transtorno de personalidade".
Essas pessoas sabem totalmente o que estão fazendo e preparam tudo com antecedência, de acordo com Silva.
É um caso típico de assassinato em massa, quando uma mesma pessoa, em ato contínuo, mata quatro vítimas ou mais, diz o médico.
Nesses casos, afirma Silva, na maioria das vezes, os protagonistas desses massacres "não apresentam uma doença mental", apenas o "transtorno de personalidade".
Entram nessa categoria, por exemplo, traços paranoicos -que buscam vingança contra pessoas reais ou imaginárias- e, "às vezes", faz questão de enfatizar o médico, sintomas de depressão.
Falar qualquer em diagnóstico em tese, sem ter consultado a pessoa, é um erro grave, diz Silva. Por isso, não é possível saber com certeza qual o provável tipo de transtorno que o assassino tinha. "E não posso dizer que ele é psicopata", afirma.

Essa deficiência na personalidade, diz o médico, nasce com a pessoa e pode virar um problema social dependendo do contexto.
Normalmente, indivíduos que protagonizam tais tragédias são jovens, de 20 a 30 e poucos anos, solitários, que, por exemplo, pulam de emprego em emprego. E não se fixam em uma atividade. "Gente distante, afastada".
"É como uma pessoa que nasce sem um braço. Ela não é doente. O que ela tem é uma deficiência", compara Silva.

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