sábado, 3 de março de 2012

Atórum Aguinaldão e seus comentários contra os que invejam seu trabalho, competência e sucesso!! Fom-fom!!!




Depois de ver a cena abaixo no capítulo de quarta-feira de “Fina Estampa” pensei:
“Nesse negócio de escrever novela até que eu dou pro gasto, né não?”
E aí, orgulhosíssimo, corri pro twitter e a classifiquei como “altíssima dramaturgia”. As cricríticas é claro, ao ler isso – porque elas não perdem uma só linha do que escrevo – latiram em uníssono, tão alto que se ouviu por toda Ipanema e adjacências. Eu, devidamente a salvo dos perdigotos delas dentro do meu Volvo blindado contra tiros de AR-15, pragas e mau olhado, apenas fiz FOM-FOM! E segui em frente.



Mas hoje, de cabeça fria, decidi que vocês deviam descobrir por conta própria qual a razão do “altíssima dramaturgia”. Por isso reproduzo aqui, do capítulo 165 de “Fina Estampa”, primeiro a descrição da cena 45 na escaleta, e depois o seu texto definitivo. Aqueles que insistem em querer ser telenovelistas, apesar dos meus constantes avisos de que esta não é uma profissão para mariquitas, terão assim mais uma aula da Escola Altiva Pedreira de Formação de Telenovelistas.
Aproveitem querrrrrridos!







A cena definitiva:
CENA 45/ CASA DE CELESTE/ SALA/ Interior/ Dia.
Baltazar entra em casa desnorteado. Ele anda de um lado pro outro sem saber o que fazer. Instantes. Crôdoaldo entra.
BALTAZAR — Cai fora! Você é a última pessoa que eu tou a fim de ver seu baitola.
CRODOALDO — Estou ciente. Mas mesmo sabendo que corro o risco de ser esganado… Digo ao povo que fico!
BALTAZAR — (perplexo) Não dá pra acreditar! Os dois na cama… nus!… Como é possível isso? (contém as lágrimas) Ainda ontem Solange tava nessa sala, brincando de boneca, fazendo desenho… A porcaria do tempo nem me deu uma chance pra evitar que… que a minha filha… (cai no maior pranto).
CRODOALDO — (emocionado) Ai pára! Pára que eu vou acabar chorando e aí vou borrar a maquiagem toda…
BALTAZAR — Que merda de pai, de homem que eu sou, me diz?!
CRODOALDO — Não se martiriza. zoiudo. Você é igual a todos os outros. Nem melhor nem pior. (hesita em pôr a mão no ombro de Baltazar, mas acaba por fazê-lo) Quem foi que te disse que ser pai era fácil?!
Baltazar olha para a mão de Crô sobre o seu ombro e depois olha para ele.
BALTAZAR — Me diz uma coisa…
CRODOALDO — Tudo que seu mestre mandar.
BALTAZAR — (respira fundo) Cê é tarado por mim, não é não?!
Uma pausa, os dois se olhando.
CRODOALDO — Todo mundo acha que o Nilo é o maior rio do mundo. Mas não é não! O maior é o Amazonas… Mas esse fato, assim como a sua pergunta, não vem ao caso. (chega perto) Tudo tem a sua hora… A hora da Solange chegou… E você vai ter que aceitar.
Crô dá um abraço fraternal e solidário em Baltazar, que se deixa levar.

BALTAZAR — Como é que vai ser minha vida agora?
CRODOALDO — Como sempre foi. (solta-o) Acorda, toma café, espera Celeste dar o nó na gravata, já que zoiudo até hoje não aprendeu… Depois sai pra trabalhar como todo homem decente faz.
BALTAZAR — Eu não sou decente porra! Fiz tudo errado!
CRODOALDO — Nunca é tarde pra fazer de novo… E certo.
BALTAZAR — Não sei como. Já tá tudo ferrado mermo! Vou fazer o quê agora?
CRODOALDO — Primeiro passo: dizer pra tua filha que aceita o namoro dela com Daniel.
BALTAZAR — Como é que é?!
CRODOALDO — Segundo passo: repetir mil vezes por dia a mesma frase: Daniel é um ótimo rapaz com um futuro brilhante. Daniel é um ótimo rapaz/
BALTAZAR — (corta) Tu tá maluco…
Celeste entra da rua sem que os dois percebam.
CRODOALDO — Terceiro e último passo: cuidar da tua mulher como se ela fosse uma rainha. Isso mesmo, a Rainha dos Igarapés Azulados… Celeste merece!
Crôdoaldo e Baltazar vêem Celeste.
CRODOALDO — Com licença. Super Crô tem mais um assunto urgente pra resolver. (sai daquele jeito dele)
Baltazar e Celeste se olhando frente a frente…



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